quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Obesidade e autoestima podem andar juntas?

Os gordinhos e as gordinhas podem estar com a autoestima em dia, mas especialista garante que além da saúde mental é preciso pensar na saúde do corpo e diz que a obesidade tem limite.

Vários fatores influenciam no comportamento de pessoas obesas. Há algumas que conseguem ser felizes mesmo estando com sobrepeso. Mas, parte delas sofre com a baixa auto-estima.
A psicóloga clínica, especializada em transtornos alimentares, Aline Amazonas, atende em seu consultório pessoas obesas todos os dias, há sete anos. Ela aponta que a autoestima e a felicidade podem sim ser características dos gordinhos.
Aline concorda com a afirmação de que obesidade e felicidade podem caminhar juntas, mas há um limite para essa relação. E esse limite é ditado pela saúde.
Felicidade saudável
Ser um “gordinho feliz” pode ocorrer enquanto há apenas um sobrepeso moderado. Ser um obeso feliz não é algo plenamente possível. “Tem as modelos gordinhas que estão no mercado de trabalho. Mas, será que lá dentro elas queriam ser gordinhas. Não se sabe se isso é uma proteção. Até quando isso é real. Isso me faz feliz sempre? Tem um monte de paciente que se diz feliz e quando emagrece adora”, revela.
As pessoas devem prestar atenção até quando a obesidade é aceitável. “Até quando isso não me faz mal? Elas devem se questionar se são realmente felizes. As pessoas têm medo de morrer. Ser gordinho só é legal quando não mexe com sua saúde. Obesidade grau 1 é bonitinha, mas no grau 3 está cheia de comorbidades (doenças associadas)”, aponta.
De acordo com Aline, não se trata de defender, ou incentivar o culto da magreza. Mas, de atentar para os problemas gerados pelo excesso de peso.
É possível ser um gordinho feliz, mas a saúde pode impedir que um obeso mórbido tenha uma auto-estima elevada.
Literatura
Vários livros falam sobre o tema obesidade. Um deles, lançado no último mês pela Matrix Editora, “AleGGria – Linda, gostosa, amada, poderosa e muito feliz com o peso que você tem” da escritora Nelma Penteado, que também é especialista em técnicas motivacionais.  
A obra apresenta uma nova perspectiva de vida para as mulheres que se encontram acima do peso. A autora ressalta a beleza feminina que foge dos padrões e tipos ideais.
Não se pode generalizar
A psicóloga, além de alertar para a necessidade de se pensar na saúde, aponta a necessidade de se analisar os motivos responsáveis pela a obesidade de cada um. Ela diz que não existe uma receita ideal para se aceitar ou combater a gordura.  
 “Quando sou gordo, eu tenho as minhas limitações externas e internas. Quando se emagrece a imagem melhora. Mas, cada história é um contexto. Não podemos particularizar as histórias. Cada um deve observar a origem dessa obesidade em particular. O que importa é a saúde e o bem estar”, finaliza.

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